Pedro Miskalo
A natureza
humana aprendeu a plantar mais cercas do que flores e grãos. Até
quando semeia grãos e flores, corre a plantar mais cercas. Olhe
à volta! Tente olhar lá onde a vista alcança. Logo
no início, a criatura levantou uma parede e, atrás dela,
escondeu-se do Criador. Aí perdeu a vergonha e deu de repetir o
gesto, liquidando, com diferentes graus de ferocidade, quem
ousava
(e
ousa) se aproximar demais dos “seus” espaços: humano,
étnico, físico, afetivo e, como vimos, até religioso.
É certo que alguns momentos são exclusivamente pessoais,
como determinadas escolhas e o ato final. Mas não me atrevo a
analisar,
em duas ou três linhas, os bloqueios de natureza afetiva,
espiritual,
que existem na alma humana. Refiro-me aos muros visíveis, de
cimento
e pedras, como a muralha da China.
Vamos relembrar alguns exemplos:
|
Israel levanta a “barreira de segurança”,
garante o domínio sobre o território palestino, mas torna
difícil a autonomia árabe na região. Duas mil milhas
de arame farpado e muros impedem, ou tentam impedir, a passagem
de latinos
clandestinos do México para os Estados Unidos. Em Chipre, a
“linha
verde” separa a parte ocupada pelos turcos, em 1974, da área
grega que, no ano passado, passou a fazer parte da União
Européia.
Cimento e arame farpado separam ideologicamente
as duas
Coréias, no paralelo 38o, desde 1953.
A tensão política entre a Índia e o Paquistão levantou, na Cachemira, a divisa, uma longa cerca metálica de arame farpado, eletrificada. Dezenas de muros separam quarteirões cristãos de protestantes na região de Ulster, principalmente em Belfast, na Irlanda do Norte. Ceuta e Melilla, cidades autônomas espanholas em Marrocos, são os confins entre a União Européia e o mundo árabe. Uma cerca de arame farpado com sensores impede a passagem árabe.
A tensão política entre a Índia e o Paquistão levantou, na Cachemira, a divisa, uma longa cerca metálica de arame farpado, eletrificada. Dezenas de muros separam quarteirões cristãos de protestantes na região de Ulster, principalmente em Belfast, na Irlanda do Norte. Ceuta e Melilla, cidades autônomas espanholas em Marrocos, são os confins entre a União Européia e o mundo árabe. Uma cerca de arame farpado com sensores impede a passagem árabe.
Tudo bem: derrubamos o muro de
Berlim,
mas será que ficamos mais próximos?
MAIS INFORMAÇÕES
• Governo de Botsuana
www.gov.bw/home.html
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